sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Poema «Pombagira»


POMBAGIRA

Sou uma rosa, sou um perfume,
sou a mais bela de qualquer jardim,
oiço lamentos, oiço queixume,
não há mulher que não venha até mim.


Sei seduzir, me deixo seguir,
a palavra dificil para mim não existe,
de preto e vermelho, ou sem me vestir,
homem algum a mim me resiste.


Bebo champanhe, fumo cigarro,
digo mil coisas sem nunca falar,
sei ler na mão, jogo o baralho,
a mim só me engana quem eu deixar.


Se alguém precise e me queira encontrar,
siga o perfume em noite de lua,
diga meu nome sem se enganar,
sou Pombagira, meu lar é a rua.


Almada, 6 de Junho de 2008
Extrato da obra - “Orixás em poesia” de Paulo Lourenço (Ramiro de Kali) Copyright © 2008

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