sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Poema «Exu»

EXU

Ao passar na encruzilhada,
em noite de lua cheia,
no silêncio da escuridão,
ouvi uma gargalhada.
Era um homem vestido de negro.
Tinha um tridente na mão,
e usava uma capa encarnada.


Ao questioná-lo quem era,
sorriu, e falou assim:
Para si, meu nome é Exu,
mas muitos me chamam de Fera.
Sou guardião dos caminhos,
sou carrasco dos perdidos,
de todos eu estou á espera.


Em tempos, já fui seu igual.
Hoje vivo no mundo dos mortos,
mas caminho no meio dos vivos.
Conheço o bem, mas também o mal.
Ajudo quem pede, se for de justiça.
Puno a maldade, puno a vaidade, e puno a cobiça.
Exu é meu nome, me chame de tal.


Almada, 6 de Junho de 2008

Extrato da obra - "Orixás em Poesia" de Paulo Lourenço (Ramiro de Kali) Copyright @ 2008

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